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Cirurgia
Pedra na vesícula

Cirurgia de Pedra na Vesícula: Indicações, Procedimento e Recuperação

A presença de pedras na vesícula biliar, condição conhecida como colelitíase, é uma das doenças digestivas mais comuns em todo o mundo. Estima-se que milhões de pessoas sejam afetadas por essa condição, que pode ser assintomática ou causar crises intensas de dor. Quando o tratamento medicamentoso não é suficiente — o que ocorre na maioria dos casos sintomáticos — a cirurgia para retirada da vesícula biliar (colecistectomia) é o tratamento padrão e definitivo.

O que é a vesícula biliar?

A vesícula biliar é um pequeno órgão localizado sob o fígado, cuja principal função é armazenar e concentrar a bile — um líquido produzido pelo fígado que ajuda na digestão das gorduras. Durante a alimentação, a vesícula se contrai e libera bile no intestino delgado para facilitar esse processo digestivo.

O que são as pedras na vesícula?

As pedras ou cálculos biliares são formações sólidas que se desenvolvem dentro da vesícula biliar, geralmente compostas de colesterol, sais biliares ou bilirrubina. Elas podem variar em número e tamanho, desde pequenos grãos de areia até cálculos maiores que ocupam toda a vesícula.

Fatores de risco para formação de cálculos biliares:

  • Sexo feminino

  • Idade acima de 40 anos

  • Obesidade

  • Dieta rica em gorduras e pobre em fibras

  • Sedentarismo

  • Uso de anticoncepcionais ou terapia hormonal

  • Histórico familiar de colelitíase

  • Perda rápida de peso

  • Gravidez

Sintomas mais comuns

Embora muitas pessoas com pedra na vesícula não apresentem sintomas (colelitíase assintomática), quando as pedras causam obstrução ou inflamação, os sintomas podem incluir:

  • Dor intensa no lado superior direito do abdome (cólica biliar)

  • Náuseas e vômitos

  • Inchaço abdominal

  • Intolerância a alimentos gordurosos

  • Febre e calafrios (em casos de inflamação ou infecção)

Complicações como colecistite aguda (inflamação da vesícula), colangite (infecção dos canais biliares) e pancreatite biliar (inflamação do pâncreas causada por obstrução biliar) exigem intervenção urgente.

Quando a cirurgia é indicada?

A colecistectomia (remoção da vesícula) é indicada nos seguintes casos:

  • Presença de sintomas (mesmo que esporádicos)

  • Cálculos maiores que 2 cm

  • Vesícula com paredes espessadas (sinal de inflamação crônica)

  • Presença de pólipos na vesícula

  • Colecistite aguda

  • Complicações como pancreatite ou colangite

  • Colelitíase associada a diabetes mellitus

Em pacientes assintomáticos, a cirurgia pode ser indicada de forma preventiva se houver risco elevado de complicações.

Tipos de cirurgia

1. Colecistectomia videolaparoscópica

É a técnica mais utilizada atualmente. Nessa abordagem, o cirurgião realiza pequenos cortes no abdome para introduzir uma câmera e instrumentos cirúrgicos. A vesícula é retirada por meio de um dos orifícios.

Vantagens:

  • Menor dor pós-operatória

  • Recuperação mais rápida

  • Alta hospitalar em 24 horas

  • Cicatrizes menores

  • Menor risco de infecção

2. Colecistectomia aberta (convencional)

Indicada apenas em casos específicos, como infecções graves, cirurgias anteriores no abdome com muitas aderências ou complicações intraoperatórias.

Desvantagens:

  • Incisão maior

  • Maior tempo de recuperação

  • Maior tempo de internação (3 a 5 dias, em média)

Pré-operatório

Antes da cirurgia, o paciente realiza uma série de exames para avaliar o quadro clínico e descartar complicações:

  • Ultrassonografia abdominal

  • Exames de sangue (função hepática, hemograma, coagulograma)

  • Ressonância ou colangiorressonância (em casos mais complexos)

O jejum é necessário antes da cirurgia, e o anestesista realiza a avaliação pré-anestésica.

Pós-operatório e recuperação

Após a cirurgia laparoscópica, o paciente geralmente tem alta no mesmo dia ou no dia seguinte. A recuperação completa ocorre em até 2 semanas. Já na cirurgia aberta, a recuperação pode levar de 3 a 6 semanas.

Recomendações comuns no pós-operatório:

  • Repouso relativo nos primeiros dias

  • Evitar levantar peso por algumas semanas

  • Dieta leve e pobre em gordura nas primeiras semanas

  • Hidratação adequada

  • Uso de analgésicos prescritos

  • Retorno ao trabalho após liberação médica

Vida sem a vesícula biliar

A retirada da vesícula não compromete a digestão, pois a bile continua sendo produzida pelo fígado e escoa diretamente para o intestino. No entanto, algumas pessoas podem apresentar:

  • Fezes mais amolecidas no início

  • Intolerância temporária a alimentos muito gordurosos

  • Sensação de inchaço após as refeições

Esses sintomas tendem a desaparecer com o tempo, e o organismo se adapta à ausência da vesícula.

Riscos e complicações da cirurgia

Embora seja um procedimento seguro, a colecistectomia pode apresentar, em casos raros, complicações como:

  • Hemorragia

  • Infecção da ferida operatória

  • Lesão das vias biliares

  • Fístula biliar

  • Tromboembolismo

  • Alergia a medicamentos

A escolha de um bom centro cirúrgico e equipe experiente reduz significativamente esses riscos.

Considerações finais

A cirurgia para pedra na vesícula é um procedimento rotineiro e seguro, com excelentes resultados quando bem indicada. A retirada da vesícula melhora significativamente a qualidade de vida de pacientes que sofrem com cólicas biliares, reduz o risco de complicações graves e permite o retorno rápido às atividades normais.

Apesar de parecer um problema simples, a colelitíase deve ser avaliada com cuidado, já que suas complicações podem ser potencialmente graves. A consulta com um cirurgião geral é essencial para avaliar a necessidade da cirurgia, escolher a melhor abordagem e orientar o paciente sobre o preparo e a recuperação pós-operatória.

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